A CazéTV, um dos maiores canais de entretenimento do YouTube Brasil, comandado pelo streamer Casimiro Miguel, registrou uma queda abrupta de mais de 200 mil inscritos nas últimas 48 horas. O motivo foi a veiculação de um conteúdo humorístico sobre a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo uma sátira envolvendo a tornozeleira eletrônica determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A polêmica começou após a exibição de um quadro com a "repórter reborn" — personagem recorrente no canal — usando uma tornozeleira eletrônica, em clara alusão à medida imposta a Bolsonaro. Na mesma transmissão, um trecho do humorista Marcelo Adnet, que abordou o caso de forma irônica, também foi ao ar. A reação do público foi imediata: milhares de espectadores começaram a cancelar suas inscrições e a convocar um boicote ao canal, acusando a produção de "militância disfarçada de humor".
Repercussão e Críticas
Nas redes sociais, a hashtag #CazéTVLivre (usada por apoiadores de Bolsonaro) e #CazéHumor (defendido por fãs do canal) viralizaram, mostrando a polarização em torno do assunto. Nos comentários dos vídeos, apoiadores do ex-presidente chamaram Casimiro de "alinhado à esquerda", enquanto outros espectadores defenderam a liberdade criativa do canal.
Alguns criadores de conteúdo conservadores, como Nando Moura e Arthur do Val, também reagiram, classificando a abordagem como "desrespeitosa". Já apoiadores de Casimiro argumentam que a CazéTV sempre usou o humor ácido, inclusive em críticas a figuras de esquerda, como Lula e Dilma Rousseff.
Impacto no Canal
Antes da polêmica, a CazéTV contava com aproximadamente 10,5 milhões de inscritos. A queda, ainda que represente cerca de 2% do total, chamou atenção pela velocidade — algo raro para um canal consolidado. Além disso, vídeos recentes tiveram dislike acima da média e comentários negativos massivos.
Apesar do backlash, parte da comunidade de streamers e YouTubers saiu em defesa de Casimiro. O humorista Felipe Neto, por exemplo, postou: "Humor não tem lado, tem graça (ou não). Quem acha que piada é apoio político tá precisando rir mais."
E Agora, Cazé?
Casimiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido, mas sua equipe vem moderando comentários agressivos. Especialistas em marketing digital afirmam que, embora a perda de inscritos seja significativa, o canal deve se recuperar — a menos que a polarização se intensifique.
O caso reacende o debate sobre os limites do humor político no Brasil e como a internet tem reagido a conteúdos que mexem com figuras polarizadoras. Enquanto alguns veem a sátira como liberdade de expressão, outros a encaram como "zoação seletiva".
Uma coisa é certa: a CazéTV está no centro de mais uma tempestade digital — e, dessa vez, o preço foi alto.
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